Fonte: posterlounge.pt/
29/03/2025
Professor Jorge Pantoja na área...
...e, se derrubar, vocês já sabem, é pênalti.
Devo começar dizendo que estou longe de ser a pessoa que melhor pode expressar o significado de toda essa coisa, muito longe disso. Também já devo alertá-los que não sou o primeiro, e certamente não serei o último, a escrever sobre o 'Pálido Ponto Azul'. Desde que Carl Sagan nos presenteou com essa reflexão, inúmeros pensadores, cientistas e entusiastas da astronomia revisitaram essa imagem icônica para refletir sobre nosso lugar no universo.
Pois bem, a uma distância de cerca de 6 bilhões de quilômetros, uma câmera a bordo da Voyager 1 capturou uma das imagens mais icônicas da história da ciência: em meio à imensidão do espaço, um pequeno ponto azulado surge diante da câmera da espaçonave, perdido na vastidão escura. Tal ponto insignificante, quase imperceptível, é o nosso planeta, a Terra. Naquele instante, a Voyager 1, já em sua jornada para além do Sistema Solar, registrou a fragilidade e a singularidade do nosso lar no cosmos.
A imagem, hoje conhecida como "Pálido Ponto Azul" (figura que ilustra este texto), tornou-se um símbolo da nossa existência, uma prova visual de que, apesar de toda a complexidade da vida na Terra, somos apenas um minúsculo fragmento no oceano infinito do universo. Carl Sagan, renomado astrônomo e divulgador científico, refletiu profundamente sobre essa fotografia, transformando-a em um poderosíssimo lembrete da nossa pequenez e, ao mesmo tempo, da nossa responsabilidade. Insignificância e compromisso... pode até parecer contraditório, mas não é. Sentir-se insignificante diante da imensidão das coisas não anula a responsabilidade que temos sobre nossas ações; pelo contrário, pode até reforçá-la.
Em seu livro "Pale Blue Dot", Sagan imortalizou suas reflexões sobre essa visão distante da Terra. Ele nos convida a reconsiderar a nossa posição no cosmos:
"Considere novamente aquele ponto. É aqui, é nossa casa, somos nós. Todas as histórias que já vivemos, todas as civilizações que surgiram e caíram, todos os amores, tragédias e conquistas da humanidade aconteceram ali, naquele grão de poeira suspenso em um raio de sol."
A citação nos lembra que cada ser humano que já existiu habitou esse minúsculo ponto: reis e camponeses, santos e pecadores, heróis e vilões, inventores e exploradores. Guerras foram travadas, impérios foram erguidos e desmoronaram, sonhos foram sonhados e esquecidos, tudo dentro dos limites desse pequeno mundo, flutuando no vazio.
A reflexão de Sagan também se estende ao absurdo das nossas disputas. Quanto sangue já foi derramado por comandantes e soberanos, iludidos pela ideia de conquistar uma fração desse minúsculo ponto? Quantas vezes seres humanos mataram e massacraram seus semelhantes por diferenças irrelevantes? Em nossa cegueira, esquecemos que todos compartilhamos o mesmo destino, presos à fragilidade desse pálido ponto azul.
Nossa ilusão de grandeza desmorona diante da realidade cósmica. Para o universo, não somos nada além de uma minúscula partícula de poeira iluminada pelo sol. A crença de que ocupamos uma posição privilegiada se desfaz quando percebemos que, além deste pequeno refúgio, não há sinais de ajuda, nenhum resgate vindo das estrelas para nos salvar de nós mesmos. Não ocupamos um trono central, mas sim um canto intrigante e insignificante do cosmos, suspensos num raio de sol, deixados por nossa própria conta.
Por enquanto, a Terra é o único lar que conhecemos. Por mais que sonhemos com colônias em outros planetas, por mais que a tecnologia avance, ainda não há nenhum outro lugar onde possamos viver e prosperar. Podemos visitar outros mundos, mas ainda não podemos habitá-los. Estamos confinados a este ponto solitário no espaço, e é aqui que devemos aprender a coexistir.
Diante da realidade posta, a única escolha sensata é cuidar da nossa casa, proteger o único refúgio que temos. Nossa sobrevivência não depende de conquistas territoriais ou da expansão desenfreada, mas da nossa capacidade de preservar o planeta e conviver em harmonia.
A visão distante da Voyager 1 nos mostra que, no fim das contas, estamos todos juntos nessa jornada, navegando por um cosmos indiferente. Talvez seja essa a maior lição do "Pálido Ponto Azul": a de que precisamos uns dos outros, e de que a Terra, apesar de pequena e solitária, é o lugar mais precioso que já conhecemos.
That's all, folks!
Hasta la vista.
17 /12 / 2024
Professor Jorge Pantoja na área...
...e, se derrubar, é pênalti.
Prezadas(os) docentes e discentes do Centro de Extensão e Pesquisa em Água e Efluentes (CEPAE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus Lagoa do Sino,
À medida que mais um ano chega ao fim, gostaria de fazer um breve balanço de tudo o que vivemos e conquistamos. Como coordenador do CEPAE — ao lado da colega Beatriz Gonzalez — tenho o privilégio de acompanhar o crescimento e a dedicação de nossas(os) estudantes, que são oriundas(os) dos cursos de Ciências Biológicas, Administração, Engenharia Agronômica e, em maior quantidade, Engenharia Ambiental.
Este foi um ano de muitos desafios. Um ano intenso, muitas vezes estressante, mas também repleto de aprendizados. Superamos obstáculos, nos adaptamos a novas realidades e, com empenho, buscamos sempre oferecer o melhor em ensino, pesquisa e extensão. Foram inúmeras as parcerias estabelecidas, cada uma delas enriquecendo nossa trajetória acadêmica e profissional. Conseguimos avançar e proporcionar experiências e oportunidades para o desenvolvimento de todas as pessoas envolvidas no CEPAE.
É importante destacar que, embora a causa técnica que nos une seja essencial e a técnica em si seja de grande importância, não podemos nunca perder de vista a dimensão social de nosso trabalho. O impacto que geramos na sociedade — mesmo que menor diante da magnitude dos problemas do mundo — é o que dá sentido a cada ação, cada pesquisa, cada projeto. E é através do trabalho coletivo, do esforço conjunto, que conseguimos transformar o conhecimento técnico em soluções reais e efetivas para os desafios que enfrentamos.
Vale lembrar também que nosso grupo ainda é uma criança na primeira infância, com pouco mais de um ano e meio de existência. Embora tenhamos conquistado bastante, sabemos que temos um longo caminho pela frente e muitos aprendizados ainda a serem feitos. Mas é justamente nesse processo contínuo de evolução que encontramos nossa força, e cada passo dado é um avanço significativo para o CEPAE e para a UFSCar como um todo.
Por fim, gostaria de ressaltar um ponto essencial para o futuro do nosso trabalho: as universidades precisam se desencastelar, sair dos muros que muitas vezes as limitam e ir ao encontro da sociedade, colocando o conhecimento produzido dentro das salas de aula e dos laboratórios a serviço das comunidades (especialmente as mais vulneráveis) e dos desafios reais. A interação com o mundo externo, com as pessoas e as realidades locais, é fundamental para que nossa missão de ensino, pesquisa e extensão se concretize de forma plena e eficaz. No entanto, é importante que reconheçamos que o saber não é monopólio das universidades. As comunidades também têm muito a nos ensinar, com suas práticas, saberes tradicionais e formas próprias de conhecimento, que são igualmente valiosas e fundamentais para a construção de soluções mais justas e sustentáveis. Essa troca de saberes deve ser vista como uma via de mão dupla, onde ambos os lados aprendem, crescem e se transformam.
Desejo a todas e todos um período de descanso merecido, para que voltemos no próximo ano com energia renovada, visando encarar novos desafios, aprender e conquistar ainda mais.
E assim, mais uma volta é dada ao redor do Sol, e com ela renovam-se nossas esperanças, nossa força e nossa dedicação. Que o ano de 2025 nos traga mais parcerias, mais aprendizado, mais trabalho coletivo e, acima de tudo, mais evolução.
Boas festas e um próspero ano novo!
That's all, folks!
Hasta la vista.
Fonte: https://acesse.one/o5Hv3
02/05/2024
Professor Jorge Pantoja na área...
Quero compartilhar com vocês o mais recente artigo de opinião publicado no portal amazônico "Brasil Norte Comunicação". Este artigo, intitulado "Reflexões sobre o Racismo Ambiental no Brasil", é fruto da colaboração entre este que vos fala, e os biólogos André Pereira e Débora Souza.
No contexto atual, é necessário ampliar o diálogo e a conscientização sobre as diversas formas de injustiça e desigualdade que permeiam a sociedade. O racismo ambiental é uma dessas questões que merecem nossa atenção e ação coletiva.
Em nosso artigo, abordamos como o racismo ambiental afeta desproporcionalmente as comunidades marginalizadas, muitas vezes relegadas a áreas degradadas e expostas a condições ambientais prejudiciais. Além disso, destacamos a negligência e o descaso na implementação de infraestrutura básica de saneamento, um aspecto que contribui para a perpetuação dessas desigualdades.
Sendo assim, convidamos você a ler nosso artigo completo no portal "Brasil Norte Comunicação" e a se juntar a nós nesse importante diálogo.
Link para o artigo: https://bncamazonas.com.br/reflexoes-sobre-o-racismo-ambiental-no-brasil/
That's all, folks!
Hasta la vista.
06/04/2024
Hey, folks! Professor Jorge Pantoja na área.. again!
"Vortemo..."
No mundo contemporâneo, enquanto muitos de nós desfrutamos do luxo de água potável ao alcance de um simples girar de torneira, cerca de 2 bilhões de seres humanos são privados desse direito básico. Apesar de ser um elemento vital para a existência humana, a água ainda é um privilégio fora do alcance para uma parte considerável da população global. Mais alarmante ainda é o fato de que não se trata apenas da falta de acesso à água potável, mas também da ausência de sistemas adequados de saneamento ambiental em geral, de manejo de águas pluviais e resíduos sólidos, de controle de poluição atmosférica dentro de um cenário de mudanças climáticas. Essa realidade sombria representa não apenas uma crise de saúde pública e ambiental, mas também uma crise humanitária – um verdadeiro desastre.
A escala do problema é: GLOBAL. Do Sul da Argentina à Índia; da Rússia ao Oriente Médio; do Sudoeste Paulista ao Sudeste Asiático.
Ao abordar essas questões urgentes, não apenas voltamos as mentes e os braços para a saúde e o bem-estar das comunidades mais vulneráveis, mas também promovemos um futuro sustentável para o nosso planeta. A água limpa e o saneamento adequado não são luxos, são direitos humanos fundamentais que devem ser garantidos a todos, independentemente de sua localização geográfica ou condição socioeconômica.
Dentro desse contexto, o CEPAE, considerando suas limitações, foca nos seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar; Água Limpa e Saneamento; Redução das Desigualdades; Cidades e Comunidades Sustentáveis; Ação Contra a Mudança Global do Clima; Vida na Água.
Pois é, considerando as nossas limitações... É fácil se sentir esmagado pela grandeza dos problemas que enfrentamos atualmente, não é? Mudanças climáticas, desigualdade social, degradação ambiental — a lista é longa. Às vezes, pode parecer que nossos esforços são insignificantes diante dessas questões monumentais; mas é precisamente aí que, talvez, resida o equívoco.
Embora possamos não ter o poder de resolver todos os problemas do mundo, cada ação que tomamos em direção a um mundo melhor importa. Cada escolha consciente que fazemos, cada pequeno gesto que ampara, cada voz levantada em defesa da justiça; tudo isso contribui para um todo maior.
Então, vamos definir uma nova pergunta que está implícita: "Vamos salvar o mundo?" É óbvio que não, nem perto disso! Não sou ninguém na fila do pão e lido muito bem com isso. (Na verdade, não podemos salvar nem a nós mesmos...) Eu abraço a minha insignificância sem pudores, porém, mesmo assim, acredito que posso fazer a diferença. Parece contraditório, mas não é. Sim, podemos fazer a diferença de alguma forma. Podemos inspirar os outros, influenciar as políticas, contribuir para a promoção da mudança. Podemos construir um futuro mais justo, mais sustentável e mais esperançoso.
Um passo de cada vez.
É isso ou a barbárie completa.
Então, o CEPAE começa assim... Um pequeno grupo de pessoas que se une para utilizar ciência e tecnologia em prol dos mais vulneráveis, buscando encontrar soluções que promovam igualdade de acesso das pessoas às tecnologias que estão majoritariamente sob o controle do grande capital, buscando usar a criatividade para desenvolver alternativas tecnológicas de baixo custo que visem prover as mais básicas necessidades humanas que são predominantemente controladas por grandes conglomerados financeiros. Eu não subestimo o poder das pequenas ações e das pequenas coisas — pois elas importam!
That's all, folks!
Hasta la vista.
Hey, folks! Professor Jorge Pantoja na área!
Gosto de mecânica dos fluidos. E, embora não me considere um verdadeiro expert no tema, lido com essas questões com um pouco mais de profundidade desde a faculdade de engenharia, passando pela minha vida profissional como engenheiro, professor e consultor. Sou curioso, isso me move e me basta. Portanto, nas minhas andanças pelo mundo da mecânica dos fluidos, especialmente no campo de estudo dos condutos livres (ou canais), uma questão sempre me intrigou: como determinar com exatidão o coeficiente de rugosidade relacionado às paredes e ao fundo dos canais? Já ouvi de colegas altamente capacitados a seguinte resposta: "Desiste! Isso não existe! Não sabemos porcaria nenhuma sobre turbulência!" Hahaha!
Pois é, aquele canal que corta a sua cidade foi pensado para transportar fluido (quase sempre água) e está sujeito diretamente à pressão atmosférica — by the way, torço para que não tenha sido projetado e construído ali de qualquer maneira e sem qualquer critério.
Motivo de diversos debates que tive a oportunidade de participar com pessoas verdadeiramente versadas sobre o tema, o famoso coeficiente de rugosidade de Manning sempre despertou sentimentos conflitantes entre os interlocutores, incluindo este que vos escreve (que mais aprendeu do que ensinou). A causa de risadas e deboches, encantamento, ataques furiosos em conferências e defesas apaixonadas nos corredores das universidades, esse símbolo centenário da engenharia hidráulica continua a rondar meus pensamentos. Porque sou uma criança brincando à beira-mar, aquela criança que se sente incapaz de aprofundar na questão com o rigor que ela merece. Como diria Isaac Newton, o oceano da verdade é imenso e — até que apareçam alguns malucos para esclarecê-lo — também misterioso!
O contexto histórico básico é o seguinte. Engenheiros brilhantes, como o francês Henri-Émile Bazin e o irlandês Robert Manning, apresentaram fórmulas diversas no contexto do cômputo de parâmetros hidráulicos para canais; no entanto, todos fizeram a consideração simplificadora de que o escoamento é permanente, uniforme — e, ainda, de que não há variação na densidade do fluido ao longo do caminho, portanto o escoamento seria incompressível. Basicamente, essas fórmulas levam em consideração a velocidade média, o raio hidráulico, a declividade da linha de energia e o coeficiente de rugosidade (!). E, basicamente, é assim que projetamos canais até os dias de hoje (!). A física está lá, apenas não conseguimos enxergá-la em toda sua complexidade e beleza. Porque é isso que somos: apenas crianças perdidas em um quarto escuro ou brincando à beira-mar.
Um adendo sobre a velocidade média: uma simplificação, especialmente em condições de turbulência, na qual as trajetórias das partículas não são paralelas, alteram-se em sentido, sendo irregulares. A turbulência é uma loucura imprevisível no sentido experimental e fortemente sensível às condições iniciais.
Um adendo sobre a declividade da linha de energia: resultado da soma das energias potencial, de pressão e cinética, logo é construída a partir do Princípio de Bernoulli, o qual foi deduzido a partir de hipóteses simplificadoras em um cenário de idealidade.
Mas não é esse o ponto aqui. Vamos retornar à rugosidade.
Continuando... A fórmula de Manning foi desenvolvida a partir de outras sete diferentes fórmulas, as quais, por sua vez, foram baseadas em dados experimentais de Bazin e, posteriormente, verificadas por mais de duas centenas de observações. Ok, existe uma boa estimativa. Devido à sua simplicidade e aos resultados satisfatórios que levam às aplicações práticas, a fórmula de Manning se tornou a mais amplamente utilizada dentre todas as disponíveis para o cálculo envolvendo o escoamento permanente e uniforme em canais.
Na aplicação da fórmula de Manning, a maior dificuldade recai no emprego exato do coeficiente de rugosidade n (olha ele aí!); para o qual não existe um método preciso para a sua determinação (de novo?). Até o presente estágio de conhecimento, selecionar um valor de n na verdade significa estimar a resistência ao escoamento em um dado canal, o que é realmente uma questão de intangíveis. Para engenheiros veteranos, isto significa o julgamento "sensato" para um bom exercício de engenharia; para iniciantes, pode ser não mais do que um palpite direcionado (na melhor das hipóteses), e diferentes indivíduos obterão resultados diferentes.
A fim de orientar para a devida determinação do coeficiente de rugosidade, o lendário Professor Ven Te Chow propôs quatro abordagens gerais, a saber, (1) compreender os fatores que afetam o valor de n e, assim, adquirir um conhecimento básico do problema e estreitar a ampla gama de suposições, (2) consultar uma tabela de valores típicos de n para canais de diferentes tipos, (3) examinar e se familiarizar com a aparência de alguns canais típicos cujos coeficientes de rugosidade são conhecidos, e (4) determinar o valor de n por um procedimento analítico baseado na velocidade teórica de distribuição na seção transversal do canal e também nos dados de medidas de velocidade ou rugosidade. Ok Professor, são excelentes dicas e já fizemos projetos seguros seguindo seus conselhos, mas, ainda assim, nos ajudam a estimar e somente estimar — nos ajudam a atingir, no máximo, o juízo aproximado.
Não é incomum para engenheiros pensarem sobre um canal como tendo um único valor de n para todas as ocasiões. Na realidade, o valor de n é altamente variável e depende de uma série de fatores. Na seleção de um valor adequado de n para várias condições de projeto, um conhecimento básico desses fatores deve ser muito útil. Os fatores que exercem a maior influência sobre o coeficiente de rugosidade tanto em canais naturais quanto artificiais serão descritos em outra postagem. Deve-se notar que esses fatores são até certo ponto interdependentes; daí a discussão sobre um fator pode ser repetida em relação ao outro.
A batalha intensiva vem desde o Século 19, quando pipocaram diversas proposições matemáticas no intuito de diminuir as incertezas envolvendo este coeficiente — no entanto, ainda hoje, considero impossível prever com exatidão a magnitude dos fenômenos abrasivos e de entrada de matéria estranha ao canal, por exemplo. Isso envolve tantas variáveis que realmente aumentam nossa frustração. Mas o que é o engenheiro hidráulico senão alguém que tem que recorrer, na imensa maioria dos casos, aos dados experimentais e ao ajuste de coeficientes para resolver problemas?