No sudoeste paulista, a estudante concluinte do curso de Ciências Biológicas do campus Lagoa do Sino da UFSCar, Débora Cristina, desenvolve um trabalho acadêmico de conclusão de curso que lança luz sobre o racismo ambiental em comunidades rurais. Orientada pelo pedagogo do campus e mestre em Biologia André Pereira, e pelo professor Jorge Pantoja, Débora foca sua pesquisa no assentamento Bela Vista, em Paranapanema.
O assentamento Bela Vista é uma comunidade marcada pela resistência e organização de suas lideranças negras e nordestinas, Railda Araújo e Valter Nunes. Railda, uma socióloga baiana, e Valter, um operário pernambucano, desempenham papéis na mobilização e no fortalecimento da comunidade. Dentro desse contexto, a pesquisa pretende examinar questões como a discriminação racial e desigualdade ambiental e suas implicações. A luta das lideranças é pelo acesso a água potável e ao saneamento, cabendo ressaltar que a água potável e o saneamento estão incluídos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Os principais objetivos do ODS 6 incluem:
Atingir o acesso universal e equitativo à água potável, segura e acessível para todos.
Alcançar o acesso a serviços de saneamento e higiene adequados e equitativos para todos.
Melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejos e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos.
A orientação compartilhada entre André Pereira e Jorge Pantoja traz uma perspectiva interdisciplinar ao trabalho combinando abordagens humanas e técnicas para aprofundar a compreensão dos impactos do racismo ambiental.
O estudo em andamento visa contribuir para o arcabouço acadêmico sobre racismo ambiental, assim como pretende servir como um instrumento de conscientização e ação para a comunidades no raio de influência do campus Lagoa do Sino.