São Paulo, SP
27 e 28/06/2025
Nos dias 27 e 28 de junho, uma comitiva da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campi Lagoa do Sino e Sorocaba, realizou uma visita técnica à Terra Indígena (TI) Jaraguá, localizada na Zona Norte da cidade de São Paulo. A iniciativa tem como foco a identificação de soluções emergenciais e estruturantes para os desafios relacionados ao saneamento básico enfrentados pelas comunidades que vivem na região.
A equipe da UFSCar foi composta pelos professores Rodrigo Vilela (Economia Solidária), Beatriz Gonzalez (CEPAE), Jorge Pantoja (CEPAE), Márcio Rogério (NESEFI/CEPAE), além do engenheiro mecânico e mestre Ernesto Pallarolas (também do CEPAE). Integraram ainda a comitiva os estudantes Mário Gabriel Paes e Pedro Lisboa, ambos graduandos do curso de Engenharia Ambiental e membros ativos do CEPAE.
Durante os dois dias de atividades, foram realizadas visitas e levantamentos técnicos em quatro aldeias localizadas dentro da TI Jaraguá. O diagnóstico concentrou-se na avaliação das condições de esgotamento sanitário, além da identificação de alternativas emergenciais de acesso à água potável, pois até que soluções definitivas como a perfuração de poços artesianos sejam viabilizadas, é urgente garantir o abastecimento emergencial de água para consumo e uso doméstico.
A ação integra um projeto de cooperação entre a UFSCar e o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), viabilizado por meio de recursos oriundos de emenda parlamentar do deputado federal Ivan Valente. A proposta tem como objetivo central contribuir com a elaboração de soluções técnicas participativas, sustentáveis e culturalmente adequadas às realidades das comunidades indígenas do Jaraguá.
A TI Jaraguá, que abriga uma das maiores concentrações indígenas em contexto urbano do Brasil, é palco de resistências históricas e lutas por direitos básicos, como terra, moradia e acesso à infraestrutura essencial. Para os professores e estudantes envolvidos, a visita representa não apenas uma atividade acadêmica, mas também um compromisso ético e político com a justiça socioambiental e com o protagonismo indígena nas decisões que afetam seu território.
As informações coletadas durante a visita agora subsidiarão a próxima etapa do projeto, que envolverá a formulação de propostas técnicas a serem debatidas com as lideranças indígenas.